sábado, março 10, 2018

Aguardando a tempestade

As previsões meteorológicas avisam que, entre a noite e a madrugada, irá chegar ao território continental português a tempestade Félix, como o gato.

Um vento devastador empurrando chuva e granizo sobre as cabeças fugitivas dos animais desprotegidos poderá ser, alguma vez, prenúncio de felicidade? O baptismo de furacões e tempestades com nomes de gente é uma coisa algo perversa.

Que me lembre nunca nenhum destes desastres naturais foi baptizado com o meu nome. Rui, ao que parece, poderá ser um vocábulo pouco ortodoxo quando pronunciado para os lados da Rússia czarista. Talvez por isso eu esteja tranquilo no que toca a estas cenas e possa dormir descansadinho. Nunca se dirá que o Rui foi responsável pela morte de tantas pessoas ou pela destruição  de casario e queda de árvores ou inundações apocalípticas.

É um pouco isto. Esperar sentado que chegue a tempestade leva-me a divagar desta forma preguiçosa. As ideias vão fluindo, indolentes e erráticas. Reparo agora que a passarada, lá fora, está um tanto calada e o céu escureceu subitamente. Serão sinais de que Félix vem aí e se aproxima? Ainda é cedo, parece-me.

Seja como for estou em casa, sinto-me seguro. Não temo a tempestade, pelo menos enquanto estiver fechado no interior do meu castelo.

1 comentário:

João Menéres disse...

Se houvesse um furacão chamado RUI ia ser uma CALMARIA !
-:)