terça-feira, junho 28, 2016

Vontade popular

Até que ponto o resultado do referendo britânico reflecte a divisão entre um mundo urbano e cosmopolita e um mundo rural, menos formado nas visões que o Mundo oferece aos que para ele olham e nele viajam?

Até que ponto a elaboração de um discurso complexo, resultado da observação do mundo, que tenta reflectir sobre a sua variedade, um discurso construído no coração da cidade, vai perdendo consistência e clareza à medida que se desloca em direcção às periferias, até ser transformado no antiquíssimo "bar-bar", a linguagem que os gregos da antiguidade clássica atribuíam aos povos que lhes eram estranhos?

Em Democracia, o conhecimento e a ignorância equivalem-se no momento do voto, misturam-se e diluem-se na contagem dos boletins e acabam por ser uma e a mesma coisa quando são publicados os resultados da votação, expressando a vontade popular.

2 comentários:

rui sousa disse...

Há uma coisa que nos influencia sempre na hora de decidirmos: a intuição. E era isto que deveríamos levar a sério em vez de estarmos agora a tentar perceber que tipo de pessoas votaram neste referendo. Eu fico triste com o resultado do referendo mas não o subestimo. Foi uma consulta directa às pessoas. Não há nada mais claro e mais democrático.

Silvares disse...

Concordo.