quinta-feira, abril 28, 2011

Para reflectir


The Istanbul Manifesto

Marcel Duchamp’s idea was to make art with the already made.
Our idea is to make art that makes art.

Manufacturing is obsolete. Manual skill leads only to a senseless waste of time. The human artist is not a maker, but a creator. Art is a mind extension, a prosthetic, a machine that just waits to be triggered. The role of the artist is to push the ON button, giving rise to an autonomous product.

Art is fundamentally biological and evolutionary. Art is everywhere. Each life form generates a particular kind of art that spreads from simple patterns to complex symbolic communication. Organisms use chemicals, odors, touch, sounds and vision to produce art. Termites build mud structures; birds make colorful installations; whales sing. Humans assemble machines. These machines produce new designs, elaborate forms and compose images. They play music, dance and perform. Soon they will engender astonishing ideas and have futuristic visions. How can a human artist keep on making drawings, paintings or sculptures with his own hands? How can anyone still believe that art is an exclusive human feature?

A new kind of art is emerging out of proto-artificial life forms. These new artificial organisms are biological in essence. Some have tissues, some mechanical parts and others a combination of both. They think and create. Soon they will reproduce and evolve without human intervention. They will be entirely autonomous. The role of the human artist is to give birth, to activate, to let it go, to lose control. We can make the artists that make the art.

Isn’t it a marvelous sensation to see a machine creating a painting on its own? To show, before our eyes, a competence that our ancestors thought to be exclusively human? Isn’t such a painting the most amazing art work since the first cave etchings? Isn’t it the superb output of a freshly arrived intelligence on earth?

Art is everywhere. Natural life do it. Artificial life do it too. Art is beyond humankind . How can we be insensitive to this extraordinary proliferation of creativity? Why be fearful of what adds, doesn’t subtract? How not embrace enthusiastically this non zero sum game?

Human artists are part, not the whole. Human artists can make a difference by exploring the full extension of creativity.

The great artist of tomorrow will not be human.

Leonel Moura
Henrique Garcia Pereira

Ken Rinaldo




The Manifesto was launched on April 7th, 2011, at Galata Perform, Istanbul

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5 comentários:

Chapa disse...

Andas tão sério que ainda perdes alguma das 100 cabeças.

Silvares disse...

Por acaso até me estou a rir...

:-D

luisM disse...

Não vou discutir o texto aqui, para não ficar dando tecladas por um tempo indefinido. Mas os animais não fazem arte nenhuma, e os robôs também não. Se aceitarmos as formas inumanas dos animais, o sentimento estético é dos humanos, tal como com as brincadeiras das máquinas. Mas este sentimento de prazer com as formas visuais é tão antigo como a humanidade e os cúmulos das nuvens, ou as cores da natureza.

Quem compra os "desvarios imaginativos" da máquina? o museu da tecnologia, os próprios robôs?
Se os animais têm intencionalidade estética, quem é que a aprecia? Eles, ou nós? Tal como a máquina...

Mas pronto, era só para aquecer a máquina da discussão. Venham mais...

Silvares disse...

Luis, diz quem sabe que a inteligência artificial, mas inteligência verdadeira (!?) é uma questão que nem vale a pena discutir. Será realidade não tarda. A discussão deverá colocar-se sobre se devemos ou não continuar a procurar a forma de tornar essa inteligência uma realidade.
Será curioso, caso essa inteligência venha a existir, debater se a arte por ela produzida poderá (ou não) ser como tal considerada. O que terá a dizer o Leonel Moura sobre esta possibilidade? Quando os robôs não tiverem botão de "on-off"...

luisM disse...

A questão nem é essa. A arte é um produto humano, resultante das suas características intrínsecas. Se existirem seres com inteligência, a tal "de artificial", a sua estrutura e o seu funcionamento não serão humanos. Podem fazer formas perfeitamente, tal como as nuvens, mas o sentido, a importância, o uso, é diferente para as máquinas ou para os humanos.

Lê uma coisinha do Coetze, que se chama "Da vida dos animais" se não me engano (não sei onde tenho o livro, até para o reler). Foca esta problemática em relação aos animais, mas poderíamos alargá-la para as máquinas.

Quanto à inteligência artificial, pode ser que aconteça e, visto daqui, não tenho problemas com isso.Acho é que a argumentação do Leonel Moura é frágil, simplista e assenta em questões não fundamentais. Era isso que estava rebatendo. Ele pergunta, às tantas, como é que o homem pode continuar a fazer "arte" com as suas próprias mãos, quando as máquinas fazem as "suas" próprias formas. Esquece-se que as mãos são, também, instrumentos (embora biológicos), com um desenvolvimento de milhões de anos destinados a determinadas funções e utilizações. Mais do que as máquinas, que ele procura afirmar como futuros artefactos biológicos. Porque não as mãos, não comemos com elas? Não acariciamos? A mesma questão para as máquinas, porque não com máquinas? de facto O Duchamp abriu esse caminho. Mas torná-lo exclusivo, parece-me pretencioso. Ele precisava de provar que o corpo humano é obsoleto. Gostava de ver como viveríamos sem corpo ("...e até Platão tinha um corpo.", lembras-te?). Por outro lado, a quem serve as coisas da máquina? À máquina? Ela tem emoção, sentido, estético? Isto é complicado de defender. Não basta um discurso repetitivo em modo de manifesto. Eu até acho piada ao projeto. Só que ouço o rapaz dizendo sempre as mesmas coisas, como se mais nenhum pensamento se pudesse referir à problemática em que ele acredita.

Se se andasse a falar da transformação dos paradigmas do humano com a proximidade da máquina, já poderia achar que seria interessante. A ideia de programar a máquina para fazer, em vez de executar, também é interessante. Mas aqui o discurso não seria tão vanguardista. Assim, avança para a inteligência artificial, justificando-a também com a inteligência dos animais (formigas e feromonas), para dizer que a inteligência não é exclusiva dos humanos. Aqui está em causa o conceito de inteligência (boa questão). E parte daí para a afirmação que, se a inteligência não é exclusiva, a arte também não. Isto é que, nas suas afirmações, não tem base de sustentação. Porque a questão não é apenas de inteligência é também de identidade biológica e psíquica. É uma ideia demasiado "engenheira".

Pronto, diverte-te.