sexta-feira, julho 30, 2010

O prazer de ver ou de pintar ou... sei lá eu!


Uma exposição de pintura que é uma exposição de pintura é coisa que não é tão comum quanto possa parecer. Esta exposição de trabalhos de António Olaio, patente no Museu de Grão Vasco, em Viseu, fez-me perceber a importância de um artista contemporâneo ter um projector de imagens no ateliê onde trabalha.

Não era nada que não me tivesse já chamado a atenção. Para executar trabalhos de uma certa dimensão, o dito projector é um instrumento de primordial importância. Já ninguém faz ampliações recorrendo ao método das quadrículas e poucos arriscarão um desenho monumental sem recorrer à ajuda de processos mecânicos de ampliação. É uma questão de sanidade mental e desenvoltura no trabalho de pincelar uma tela (ou outro tipo de superficíe).

Olhando a sequência das cadeiras, cadeirinhas e cadeirões de Olaio, senti aquele pequeno je ne sais quoi que nos assalta quando percebemos como poderíamos resolver com elegância e rapidez certas questões que ainda não havíamos compreendido lá muito bem.

Bom, sendo completamente honesto deveria dizer, "aquelas questões que já tínhamos compreendido como resolver mas que ainda não resolvemos", talvez por preguiça ou falta de pachorra ou de dinheiro ou de interesse, as razões poderão alinhar-se como soldadinhos na parada à espera que o oficial de dia faça a inspecção das suas qualidades soldadescas. Não interessa muito. Não interessa nada.

A arte parece-me uma questão de oportunidade ou interesse particular, fruto de circunstâncias específicas. Parece-me qualquer coisa que poderia não ser o que é por falta de possibilidades para compreender o que quer que seja. Esta conversa é, sem dúvida nenhuma, fruto de uma certa indolência intelectual, enxertada em calor e falta de assunto, fruto nascido podre na árvore da minha ignorância, árvore essa bem capaz de produzir toneladas de fruta podre assim, num abrir e fechar de olhos.

Resumindo e concluindo, a exposição em questão, "Na Cátedra de São Pedro", pinturas e desenhos (mais um vídeo arte) de António Olaio, patente no Museu de Grão Vasco em Viseu, não me aqueceu nem me arrefeceu, antes pelo contrário. Não percebi se a indiferença era problema meu ou dos trabalhos expostos. Talvez o leitor ocasional deste texto possa deslocar-se à dita exposição e ajudar-me a perceber que raio de coisa quero eu dizer com esta conversa toda!

3 comentários:

Anónimo disse...

...é, fiquei na mesma !!!! srsrs

Silvares disse...

Sabe, Eduardo, a arte é cada vez mais uma questão de atitude e oportunidade. As capacidades do artista, mesmo daqueles que as têm, é um factor cada vez menos importante.

Anónimo disse...

Concordo plenamente!