domingo, novembro 29, 2009

Presentes, passados e futuros


Li hoje uma notícia na secção de economia do Público que dá conta que no topo da lista dos presentes de Natal mais populares na Europa estão... os livros! Ainda anteontem aqui deixava um post sobre a razão da não-leitura que uma aluna minha me havia apresentado e sobre as dúvidas que sinto a respeito da sobrevivência futura da literatura e, catrapumbas, aqui está uma notícia que contradiz os meus receios. "Ora toma que é para aprenderes a não seres pessimista" pensei eu, rindo de mim próprio, sentindo até um pouco de desdém pela minha pessoa por ter sido capaz de imaginar semelhante bizarria. A literatura pode lá sucumbir à indiferença das novas gerações!

Assim reconfortado continuei a vaguear preguiçosamente pelas páginas do jornal mas havia qualquer coisa que continuava a barafustar lá ao fundo da minha caverna craniana. Voltei atrás para perceber o motivo de tal desassossego e lá estava eu, teimoso como uma mula, a não me deixar descansar sobre este assunto.

"Claro que os livros são os presentes mais populares na Europa!" dizia eu, "Enquanto for a nossa geração a deter o poder de compra vamos continuar a investir nessas relíquias mas estamos a cavar a sepultura dos livros quando oferecemos jogos de computador e DVD's como complemento. Os livros vão direitinhos para a prateleira e os putos vão colar os olhinhos nos écrãs horas a fio, consumindo o tempo e a inteligência em gestos e rotinas maquinais... um inferno!!!". Abanei a cabeça por perceber que não desisto de ser pessimista. Virei-me as costas e saí dali, enfadado, fartinho de me aturar.

Pousei o jornal e regressei ao livro que estou a ler: "O Natal do Senhor Scrooge e Os Sinos do Ano Novo" de um tal Charles Dickens. É nestas ocasiões que penso como seria bom se conseguisse ler os textos no seu inglês original.

sábado, novembro 28, 2009

4 anos


Passam hoje 4 anos sobre o 1º post do 100 Cabeças. Este é o post nº 974. Quando os números se arredondam temos tendência para olhar em volta tentando compreender se o mundo continua cheio de arestas vivas tal como se encontarava antes de começarmos a contar. É como acreditar que o mundo acabava no ano 1000. Não acabou. Depois dizia-se "de 1000 passarás a 2000 não chegarás". Estamos quase em 2010 e não se adivinha o fim do mundo. Pelo menos por enquanto. É extraordinário haver quem acredite que os números redondos do calendário possam encerrar alguma magia devastadora. Ainda por cima há diferentes calendários que ordenam a marcha do tempo conforme os acontecimentos marcantes de cada cultura. Acreditar que o nosso calendário determina algo de especial é sinal de uma imbecil sobranceria apenas possível a mentes mais ignorantes e incapazes que as de uma galinha do mato. Enfim, números redondos ou quadrados ou triangulares não passam disso mesmo: são números.

Seja como for, os números redondos costumam servir para estabelecer balanços e efectuar reflexões sobre aquilo que se fez e poderia ter feito, o que se pensou, o que se esqueceu, o que se ganhou, emprestou e perdeu. Nada disto serve para o 100 Cabeças porque o 100 Cabeças não serve para nada disto.

Passam hoje 4 anos sobre o 1º post e amanhã terá passado mais um dia. Para o 100 Cabeças talvez isto signifique alguma coisa, não tenho a certeza, mas para os milhões de Blogues que enxameiam o espaço virtual não quererá dizer nada de muito extraordinário. Ainda assim, a coisa mais extraordinária é poder escrever: até amanhã. E pensar que isso possa acontecer. O dia de amanhã.

sexta-feira, novembro 27, 2009

Um vazio infinito



Na 3ª feira passada ouvi uma das mais extraordinárias ideias acerca da leitura; da razão para a não-leitura, para ser mais exacto. Tentando motivar uma aluna minha, na aula de Desenho, para a execução de uma ilustração, pedi-lhe que tomasse como ponto de partida o livro que estivesse a ler neste momento. Ela respondeu-me que não estava a ler livro nenhum.

Então que recorresse à memória de algum dos livros que lera anteriormente, algum que a tivesse marcado, que escolhesse uma passagem qualquer, a descrição de uma personagem, de um local, qualquer coisa serviria de pretexto para arrancar com o trabalho de desenho. Respondeu-me que não tem o costume da leitura, que não se lembrava de ter lido livro nenhum. Como!!?? Que nesta situação não podia recorrer à memória porque, simplesmente, não havia memória nenhuma.

Mas porquê? Que razão a afastava assim dos prazeres da leitura? Respondeu-me que quando olha para uma página impressa aquilo lhe parece de tal modo fastidioso que, em vez de juntar as letras e ler as palavras, repara apenas nos espaços entre elas, que se formam no seu olhar linhas brancas e sinuosas pela página abaixo, como riozinhos de indiferença que vão desaguar no mar imenso do tédio mais absoluto, imaginei eu.

Desisti e procurei outra orientação para o trabalho. Na verdade o que importa principalmente neste nível de aprendizagem do desenho são o manuseamento dos materiais e questões de composição visual. A leitura era uma questão lateral.

Apercebi-me depois que a grande maioria dos meus alunos do 12º ano não lê com regularidade (isso é que era bom!) e que essa actividade lhes exige um esforço tremendo, algo próximo do sacrifício. Isto deixou-me a matutar sobre o futuro da literatura. Formou-se-me no espírito um vazio infinito.

segunda-feira, novembro 23, 2009

Eterna sedução


O encontro entre Bento XVI e um grupo de artistas (muitíssimo maioritariamente italianos) numa tentativa de reaproximar a igreja católica do universo estético tem muito que se lhe diga. Por um lado mostra como a hierarquia da igreja parece ter, finalmente, acordado, dando consigo em pleno século XXI sem influência nos centros de poder, sem capacidade de recolher "impostos" devidos pelos serviços prestados tendo em conta a salvação das almas do pessoalzinho, enfim, a igreja católica começou a olhar-se no espelho. O reflexo mostra uma velha vaidosa mas incapaz de comprar todos os vestidos e de pagar todas as operações plásticas que lhe garantiriam mais um ou outro pretendente de última hora.

O que a igreja parece estar a esquecer é que os maiores artistas da actualidade determinam os seus próprios programas iconológicos (e iconográficos) por serem normalmente livres de corpo e de espírito. Dificilmente a igreja conseguirá encomendar obras em que imponha um rigoroso controlo sobre a produção artística. A menos que o artista seja de tal maneira devoto que aceite tornar-se o "pincel de deus" (esta expressão é demais!) como se afirmavam os artistas medievais, de tal modo crentes, humildes e dependentes da igreja que nem sequer assinavm as suas obras. Elas eram, na verdade, obra de deus e eles meros instrumentos dos insondáveis desígnios da divindade.

A igreja parece vir agora com um sorriso nos lábios e uma voz mansinha aliciar os artistas com a necessidade de criarem beleza e demonstrarem fé e tudo o mais, para glória de deus (?). Pessoalmente e cá no fundo, olhando para Bento XVI, tenho a sensação de que o homenzinho está com esta coisa toda a tentar recuperar o velho hábito dos papas-mecenas. Quantos papas não deixaram os seus nomes associados a grandes artistas e a incomparáveis obras de arte? A dúvida que se me coloca é se este desejo de deixar nome associado a obra não configurará o mortal pecado da vaidade? Náááá, não deve ser. O papa é santo!

domingo, novembro 22, 2009

O regresso da realidade


"Un de ces longs bras se glissa par l'ouverture"
João Fonte Santa
acrílico sobre tela
190X146cm
The Return of the Real é o título genérico da exposição de pintura de João Fonte Santa, patente ao público no Museu do Neo-Realismo em Vila Franca de Xira. Um conjunto de telas de grande formato realizadas num esplendoroso preto/branco/cinzas e mais qualquer coisa, mostram bem o universo de maravilhosa decadência que o autor encontra no mundo que nos rodeia.

Além da excelência técnica, há uma dimensão ética que nos espreita por detrás de cada trabalho e espera ser percebida pelo nosso olhar. O texto de David Santos no folheto da exposição (ler aqui um pequeno excerto) contextualiza estes trabalhos no percurso do artista e no mundo real que lhes impõe a fronteira entre lá e cá.

Partindo de ilustrações de obras de Júlio Verne ou de vinhetas de Banda Desenhada de Hal Foster e Jack Kirby, Fonte Santa cria imagens com fortíssima presença, capazes de seduzir o olhar com uma delicadeza inesperada. A técnica utilizada é estonteante, os resultados espectaculares. Quem tem o gosto pela pintura encontrará aqui motivos de regozijo.

sábado, novembro 21, 2009

Em busca do tempo perdido



Pela primeira vez desde há décadas, o Vaticano experimenta uma reaproximação ao mundo das artes, tentando encontrar no diálogo com os seus protagonistas o tempo perdido num ou dois séculos de progressivo afastamento. Esse desencontro ter-se-á alargado com o tempo em que a sociedade se foi dessacralizando à medida que o discurso científico se foi afirmando num espaço democrático, em contraponto a um discurso religioso demasiado rígido e dogmático, incapaz de alargar as fronteiras do seu pensamento de modo a ajustá-las à liberdade de expressão individual.

A coisa começou a dar-se há muito, muito tempo, quando a Igreja católica deixou de ser a principal fonte de encomendas para o mundo das artes, coincidindo com o surgimento de uma sociedade de contornos cada vez mais nítidamente capitalistas. Nos dias que correm a produção artística é encarada mais como uma actividade económica do que como forma de expressão de narrativas globais e de síntese de um pensamento humanista que se pretenda que seja a matriz principal das sociedades ocidentais. A arte centrou-se em si própria, discursando sobre questões de índole estética e com contornos individualistas, cortando o cordão umbilical que a liga à sociedade que lhe dá a vida.

Até aqui, a igreja estava-se bem a borrifar para tudo isto, acreditando talvez que a fé dos homens poderia passar sem a muleta da imagem artística para a sustentar. Na verdade, num mundo mediático onde a imagem reina sobre todas as coisas, mesmo a fé não pode ignorar a força ciclópica da produção artística.

O Papa, que não é parvo nenhum (pode ser muitas coisas pouco recomendáveis mas parvo não é uma delas) procura agora recuperar uma aliança que em tempos (estou a lembrar-me da Contra Reforma) deu frutos mais do que apetitosos mesmo que alguns tenham nascido em árvores proibidas.

É um facto que o universo religioso é um dos campos mais férteis para a criação artística, pelo espaço maravilhoso e transcendente que propõe à reflexão dos seres humanos. É com agrado que registo este reaproximar entre dois universos que andavam alheados um do outro. Pessoalmente nunca deixei de acreditar na salvação da alma através da arte.

quinta-feira, novembro 19, 2009

Ciência irracional


Dizer que o futebol desperta paixões é um lugar comum. Tentar explicar essas paixões enrola-nos o raciocínio de tal forma que acabamos a debitar tolices e deixamos de fazer sentido fora das nossas cabeças.

Nos últimos tempos há a lesão de Cristiano Ronaldo que terá sido provocada por um bruxo espanhol, Pepe de sua graça, que afirma ter sido contratado para arruinar a vida do rapaz-maravilha. Bizarro, sem dúvida, mas um grupo de fanáticos argentinos veio introduzir uma nova dimensão à bizarria futebolística.

Pretendem estes magos da ciência do pontapé na chincha que o craque Lionel Messi adopte o penteado artístico do mítico Diego Armando Maradona, agora treinador da selecção das Pampas cujo feito mais notável nesta sua nova ocupação foi ter mandado "chupar" todos os que disseram mal da sua pobre prestação como técnico. Uma grosseria que, vinda de quem vem, o deus da mãozinha, só pode espantar quem não vive o fenómeno futebolístico.

Argumentam que o penteado em causa foi a razão para a genialidade de Maradona. Que confere aerodinamismo e estabilidade e que, caso Messi lhes faça a vontade, a vitória da Argentina na Taça do Mundo a disputar na África do Sul serão favas contadas.

No site criado para recolher assinaturas que levem Messi ao cabeleireiro da esquina explicam a infalibilidade da coisa argumentando com razões científicas e razões mitológicas. Não há que duvidar.

Um dia houve um árbitro de futebol português que disse que desde que tinha visto um porco a andar de bicicleta já nada neste mundo o podia espantar. Talvez agora esteja a reconsiderar a sua posição.

segunda-feira, novembro 16, 2009

Tempo que não é dinheiro


Basta chover um bocadinho e a cidade tranforma-se numa espécie de caos. O trânsito entope, ouvem-se sirenes e buzinas, sente-se um stress arrasador na atmosfera. As pessoas agarradas aos volantes têm caras fechadas. Nos bancos de trás muitos levam criancinhas sentadas nas suas cadeiras especiais, com cintozinhos de segurança. Ora comem uma bolachinha, ora dormem um soninho suplementar que o papá (ou a mãmã) nunca mais consegue chegar à escola e já está a ficar atrasado pra caralho!

Sente-se a angústia dos que lutam constantemente contra o relógio, como se fossem coelhos brancos e enormes, a correrem desvairados pelos relvados do jardim de Alice. Mas estes coelhos, agarrados aos volantes, não correm, nem andam, estão parados. Fechados na sua gaiola com rodas individual e exclusiva.
Noto nos olhares destes condutores parados uma vaga expressão de nostalgia, talvez um reflexo sub-subconsciente, do tempo em que os avós se deslocavam a pé ou em carros de bois para irem plantar a horta. Uma criancinha olha para mim e parece estabelecer comigo um contacto telepático. "O que andamos nós a fazer neste mundo de merda?", pergunta-me ela com uma voz finiinha dentro da minha cabeça. Sorrio-lhe mas a criancinha não está para sorrisos.

Desde que passei a vir a pé para o trabalho que o mundozinho das redondezas da minha casa se está a transformar perante os meus olhos. Recupero muito do tempo que tinha perdido sentado dentro do carro a pensar que se tivesse ido a pé chegava lá mais depressa. E o tempo que levo "a mais" no cumprimento do trajecto não é tempo perdido, antes pelo contrário. Todo o tempo que ocupamos a olhar uns para os outros é tempo bem aplicado, tempo ganho. Tempo bom, tempo que não é dinheiro.

quarta-feira, novembro 11, 2009

Onde é que já vimos isto?


Anteontem cometi um erro o que é uma coisa tão habitual como apertar a camisa ou lavar os dentes pela manhã. Tinha uma marcação no dentista e apresentei-me no consultório às 14h 30m exacta e pontualmente. Tudo perfeito excepto o horário. A marcação era para as 17h 30m. De súbito ali estava eu com 3 horas sem programa previsto. Saí para a rua sem saber muito bem o que fazer. Mas não levei muito tempo até perceber qual a melhor forma de remediar a situação; cinema! Evidentemente.

Depois de uma curtíssima consulta ao jornal optei por ir ver Substitutos, um filme de ficção com Bruce Willis no papel mais espêsso.

Sentei-me no escurinho do cinema com mais dois ou três espectadores e lá fui, filme dentro. A coisa até poderia funcionar a 100% mas fica-se aí por volta dos 50, 60%, vá lá. O filme é certinho, a realização competente, o velho Bruce faz o que dele se espera com aquela eficácia do costume. A fotografia é interessante, o argumento ronda a questão da anulação da personalidade individual por intromissão da tecnologia no quotidiano dos seres humanos que se deixam substituir por máquinas em todas a dimensões da sua existência. No fim, quando os maus são abafados e os bonzinhos mais ou menos premiados, fica a pergunta: mas onde é que eu já vi isto? Sinceramente já não sei bem onde foi, mas sei que já vi este filme noutro filme qualquer.

terça-feira, novembro 10, 2009

Inquilinos a prazo


Esta manhã, ao fazer o caminho de casa para o trabalho, dei por mim a olhar as nuvens que passeavam calmamente sobre os prédios recortados no azul celeste. Cá em baixo a cidade comportava-se com a monotonia habitual, um jogo de rotinas e trajectos definidos pelas existências humanas que, tal qual a minha, se vão espreguiçando na linha do tempo. Intervalos entre o nascimento e a morte, coisas dignas do mais profundo esquecimento. A frase de Lévi-Strauss regressou como uma imagem que se torna nítida no meio do nevoeiro quando o penetramos.

Esta ideia de que a humanidade é apenas um intervalo (entre o seu nascimento e a morte anunciada) na vida do planeta Terra já me assombrou noutros tempos. Estava apenas esquecida. É um pensamento algo deprimente. Olhar as crianças e os velhos que se deslocam perto de mim iluminados por esta evidência devastadora não é coisa que me abra o apetite para o pequeno-almoço. Apesar disso comi um folhado misto e bebi o café habitual enquanto ia folheando o jornal matutino.

A humanidade não é mais que um inquilino desleixado que alugou partes significativas do planeta durante um determinado espaço de tempo. Um dia abandona o condomínio e não vai deixar grandes saudades aos que por cá ficarem.
É triste?
Será.
Mas, o que se há-de fazer?
A resposta é tão evidente que provoca um sorriso: viver!

domingo, novembro 08, 2009

Divindades (ou nem por isso)





Nos regimes comunistas havia sempre(continua a haver) um Big Brother a zelar pelos cidadãos, noite e dia, sem descanso nem férias repartidas. O Estado, o Chefe, o Líder, o Grande Timoneiro, chame-se-lhe o que se quiser camar-lhe, lá está, no topo da pirâmide a olhar em volta, atento como uma gárgula pendurada nas alturas de Notre-Damme.

Nos regimes teocráticos Deus é a resposta absoluta e evidente. Nada existe para lá nem para cá da sombra por Ele projectada. Sombra que tudo cobre e tudo come. Os deuses têm um apetite tão insaciável quanto incompreensível para o comum dos mortais. Quando é Deus que governa são os seus representantes, mais de carne que de osso quem lhes executa as vontades, numa clara discrepância entre os divinos desígnios e a fraca capacidade dos humanos para os interpretarem e porem em prática (mesmo que iluminados). Sangue, muito suor e mares de lágrimas. Orfandade insuportável.


E nos regimes capitalistas? Quem governa o nosso quotidiano delirante? O dólar? O euro? Tem o dinheiro uma face que se possa pintar para escarrapachar no altar de veneraçao? Mmmmh, fizemos de Deus um velho barbudo envolto numa túnica clara e respeitável, à imagem dos filósofos gregos. Como poderemos criar uma imagem que simbolize a divindade capitalista? Talvez uma latinha de Manzoni...

Talvez a única e verdadeira Internacional seja, não a operária e camponesa imaginada pelos socialistas utópicos, obreiros do comunismo, mas a Internacional Capitalista: "Ladróes e vampiros de todo o mundo, uni-vos!". E eles unem-se até se reunirem em convenção onde se poderão devorar uns aos outros alegremente, dando a Darwin um pesadelo que o entretenha na sua Eternidade lá no Céu, onde decerto está, sentado à direita de Deus. O verdadeiro Deus dos macacos que nós somos.

quinta-feira, novembro 05, 2009

You may remember this...


... a kiss is just a kiss...

O muro caiu em Berlim vai para 20 anos. É agora tempo de meditação sobre todos os outros muros, igualmente odiosos, que continuam em pé ou vão tentando levantar-se do chão. Uns dentro, outros fora das nossas cabeças.