segunda-feira, março 19, 2007

Fraco verniz

Segundo rezam as crónicas o Conselho Nacional do CDS/PP acabou em peixeirada. Nada que surpreenda por aí além já que, por exemplo, Paulo Portas é conhecido pela sua atracção fatal por feiras e mercados onde terá aprendido algumas das tácticas de diálogo que agora aplica com convicção.
As comadres andam desavindas desde que o homenzinho (na foto) resolveu regressar ao lugar que havia abandonado quando o povo português lhe mostrou que não morre de amores por ele aplicando-lhe tremenda derrota eleitoral nas últimas legislativas. Portas parecia ter compreendido o recado e foi à sua vida. Mas este homenzinho irritante não consegue manter-se longe do poder ou, pelo menos, do perfume nauseabundo que dele exala e mais uma vez se chegou à frente, convencido que a sua simples silhueta faria tremer de alegria e prazer os militantes do "seu" partido que estariam já fartos do actual líder.
Afinal, nem 8 nem 80! Nem o seu regresso era assim tão aguardado como lhe terá dito o seu espelho, nem o líder actual será tão mal-amado como Portas imaginou. A coisa complica-se.
Ontem, em dia de meia-maratona para o 1º ministro, a reunião do Conselho Nacional do CDS foi uma maratona completa e complexa, que deixou os participantes com os nervos em franja.
Seria de esperar que um partido com gente de tão boas famílias conseguisse manter um certo low profile, afinal estará ali la créme de la créme do Portugal nacionalista, gente educada nos colégios particulares e habituada a lingerie da mais fina sêda! Está bem abelha! Quando a coisa pia fino estala e o verniz e ameaça rebentar tudo à estalada. Ainda não se sabe bem o que terá acontecido lá dentro, mas a reunião terminou com trocas de mimos nada civilizadas e acusações de insultos para trás e para diante.
Diz o povo que em "Casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão". Aqui o "pão" é o poder, o quentinho dos assentos ministeriais e dos lugares dos secretários de estado e por aí fora, onde não há actualmente nenhum rabiosque do CDS nem se vislumbra que venha a haver nos tempos mais próximos. Com o rabinho frio os militantes sentem-se irritados, traídos mesmo. Se esta direcção não lhes dá garantias de que venham a aconchegar os selectos cúzinhos nos tempos mais próximos, os ditos cujos esperneiam e querem outros ao leme da sua barcaça.
Seja como for não se entendem e mostram à nação a verdadeira face, não passam de cidadãos ansiosos e sedentos das benesses do poder. Absolutamente legítimo! Mas é preciso que alguém os queira, a começar lá pela sua própria casota.

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