quinta-feira, março 01, 2007

Carneiro mal morto


Próximo de ver expirar o seu prazo de validade enquanto líder do CDS, José Ribeiro e Castro sentir-se-à aliviado? Aquela sua expressão característica, com as sobrancelhas arqueadas, deixa o observador sempre na dúvida: o homem está enfastiado ou imagina-se um galã de Hollywood num filme dos anos 50? Ou poderá apenas significar que está entristecido por saber que não há nada a fazer quando na sombra do partido se move um ser vivo de instintos reptilianos, permanentemente pronto a lançar um golpe mortal com a sua terrível língua bífida?
Ribeiro e Castro foi sempre um líder a prazo, um daqueles militantes que constituem a reserva moral dos partidos políticos com aspirações ao arco do poder, uma personagem pronta a oferecer-se em sacrifício em nome dos superiores interesses da clientela. Como um carneiro em lento passo quádruplo no trajecto para o altar onde vai ser imolado, Ribeiro e Castro já está a ver a sua liderança a dar o berro não tarda. Vem aí o Sebastião do Largo do Caldas, não há quem lhe resista.
A conferência de imprensa de Portas no CCB foi um exemplo modelar daquilo que aí vem, ou seja, mais do mesmo. Foi um Portas insuportavelmente vaidoso e cheio de si, como um sapo inchado fumando um cigarro, que apareceu a anunciar que é um homem corajoso e abenegado, que é bestial, um monstro de generosidade e capacidade governativa. Etc., etc, e blá-blá-blá e coiso e tal. Confesso que não aguentei e mudei de canal. O Daily Show, na SIC Radical reconfortou-me um pouco.
Adeus José. Vem aí o Paulinho. Já foste! Não passas de um carneiro mal morto.

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