sexta-feira, julho 07, 2006

O ódio

I Love You Anyway, RSXXI 2005

Israelitas matam palestinianos que adorariam matar israelitas mas não têm a força que os israelitas têm para o fazer. Então vão-se a eles com bombas atadas à cintura e BUM. Nos autocarros, nos restaurantes, qualquer lugar serve. É uma carnificina infinita.

Todos os dias recebemos notícias desta sangueira com uma naturalidade inquietante. Parece fazer parte da natureza dos povos. Os israelitas e os palestinianos odeiam-se, toda a gente sabe disso! Mas poderá ser assim tão simples, tão lisinho, tão sem sentimento que não seja a raiva mais primária?

Sei que é fácil viver aqui (digam lá o que disserem), ter a barriga confortável e saber que amanhã o maior problema será o calor ou a distância. Incómodos desprezíveis. Posso imaginar que vou rir, comer bem... se tudo correr como previsto estarei de volta ao remanso do lar a tempo de ver o Portugal-Alemanha sem temer que o céu me caia em cima da cabeça, ameaça que os israelitas já fizeram para as terras da Faixa de Gaza.

Habituados a odiar os gajos do clube rival e os que nos passam à frente na fila se calhar já não sabemos o que é isso, o ódio. Ódio verdadeiro, de nos levar a desejar a morte de outro ser humano. Sinceramente não sei o que isso seja ou o que possa significar cá dentro, nas minhas entranhas.

Estou em crer que milhares de israelitas e milhares de palestinianos têm a mesma dúvida: o que é o ódio? E no entanto...


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