sexta-feira, junho 23, 2006

Um amor assim é coisa pra não ter fim!

Um amor assim é coisa pra não ter fim
Aí está o S. João em todo o seu esplendor, brilhante e a cheirar a sardinhas quase tanto como o Antoninho dos Manjericos. É agora que o meu bom povo sai à rua e mostra os dentes naquilo que é capaz de imaginar mais parecido com cultura popular. Isto sim, são manifestações genuínas de uma tradição que nada tem de português, é algo que cai muito mais para trás no poço do tempo e nos leva de regresso ao tempo em que o Cristo ainda nem sequer andava nos tomates do Pai.

Quando eu era puto e vivia em Viseu passávamos a tarde a procurar rosmaninho nas matas das traseiras para podermos saltar as fogueiras com algum requinte e a dignidade que a celebração do santo exigia.

Basicamente a ideia era beber mais do que a conta e tentar aproximações de carácter sexual com a benção do santinho. Como é mais do que evidente isto não tem nada de católico, é uma celebração pagã do Verão que se aproxima e já nos faz suar as estopinhas.
O São João deve ser uma personagem abstrusa e caralhuda, roubada à noite dos tempos, capaz de feitos extraordinários que o catolicismo foi incapaz de apagar por completo limitando-se a um travesti pouco ousado com perucas feitas de cabelo roubado a defuntos de famílias pobres.

Aqui em Almada é feriado municipal. O São João sai em procissão da igreja de Cacilhas e vem dormir uma noite à capela da Ramalha, cá em cima, do outro lado de Almada. Vem dormir uma noite com a Santa da Ramalha! Amanhã ou depois, não sei bem, regressa ao poiso para mais umas centenas de dias de abstinência e bom comportamento.

Foi assim que o catolicismo se insinuou, apropriando-se dos deuses pagãos e dando-lhes "categoria" de santinhos de pau carunchoso na sua hierarquia merdosa, imposta lá das bandas de Roma, a Puta Eterna.

3 comentários:

Anónimo disse...

São João a Martelo meu caro.
O que vale é que temos o Mundial para a sobremesa, que apesar de se beber em copo de plástico, não deixa azia.

fada*do*lar disse...

Não te esqueças dos alhos-porros!
Ou agora são alhos-franceses? ;-D

Silvares disse...

É a globalização, meus amigos. Um dia ainda vamos comer sardinha com batatas fritas e ketchup, tudo regado com um Guiness preta (para desenjoar).