quinta-feira, março 30, 2006

Idade adulta

Há questões que surpreendem pela forma estranha como irrompem no nosso quotidiano pardacento. Estamos a dormir, catrapunfas! Somos confrontados com os limites que alguns eternos mafarricos pretendem descortinar na liberdade de expressão e de opinião que tantas queimadelas de cigarro custaram a certos cidadãos camaradas, somadas a longas noites sem sono nem dia seguinte.

Andamos para aqui convencidos que certos fantasmas passaram ao baú do esquecimento e, quando menos se espera, lá regressa o ensudecedor ruído agudo das grilhetas que arrastam penosamente, eternidade acima, eternidade abaixo.

Como se a liberdade de expressão pudesse ter limites! Que ideia abstrusa. A liberdade, para o ser, é infinita, mais infinita que o próprio Universo já que a existência deste depende daquela.

Aproxima-se a celebracão do 32º aniversário do 25 de Abril. A nossa democracia já não pode continuar a ser classificada como uma "jovem democracia" caraças! Quando atingirá a idade adulta? Já lá vai o tempo de espremer borbulhas ao espelho. E, no entanto, a nossa democracia continua com a tromba repleta de pústulas sebosas, vivendo ainda a expensas dos pais, incapaz de saír da casa deles e de tratar das borbulhas a preceito.

Temos de ser capazes de a entusiasmar a assumir-se. Chegou o tempo da idade adulta antes que, sem darmos por isso, saltemos directamente da adolescência para a velhice democrática. Uma Democracia com artrite e esclerose múltipla é a coisa menos conveniente que posso imaginar.

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