sábado, fevereiro 18, 2006

Comentário (Olaio)


Na sequência do comentário que deixaste no "100 Cabeças" quero apenas dizer-te que os pruridos islâmicos causados por eventuais ofensas à superioridade da sua visão religiosa me causam náuseas. Da mesma forma, as (pouco) discretas manobras da Opus Dei contra a versão cinematográfica do Código da Vinci, são provas de que o monstro de intolerância prepotente das religiões está apenas adormecido. Qualquer pretexto serve a estes animais para saírem da toca e virem abocanhar-nos as canelas.
Nesta história dos cartoons não tenho dúvidas de que há um aproveitamento perigoso e premeditado de certas forças obscurantistas que tentam dividir o Ocidente naquilo que ainda tem de puro e defensável que é o desejo de liberdade conseguido através da separação clara entre religião e estado.
Não me comovem os gemidos rancorosos dos mullahs e outros que tais, tal como não me comovem os gemidos dos padrecas da Opus Dei. Pessoas que não respeitam a liberdade alheia (que não respeitem a sua própria é lá com eles mesmo que seja masoquismo) não merecem o meu respeito. Daí que a reacção exagerada e orquestrada da "rua" árabe contra o Ocidente de uma forma geral, encapotada pela "crise dos cartoons" me ponha de pé atrás e mãos à frente, em posição defensiva.
O que me cheira a petróleo são latidos como os do Freitas, ou da Administração Bush, que querem parecer anjinhos no meio da trovoada. Metem um bocadinho de nojo.
Os árabes foram invadidos, humilhados, derrotados, etc.? Azarucho! Afinal de contas também já tiveram a sua Era e não consta que tenham sido tão mansos como os cordeiros quando dominaram a Península Ibérica (para só dar um exemplo). A História não morreu. Isso é treta pós-moderna para consumo de Yuppies enfadados com o quotidiano da empresa. A História está aí, perante os nossos olhos, em todo o seu horrível esplendor! Só que nós temos consciência de que estamos a vivê-la e, do "outro lado", os fanáticos religiosos nem sequer aceitam que tal coisa exista (vê só a interpretação iraniana do Holocausto!).
Para eles só existe "O" livro. Eu cá ainda ontem estive a ler O Homem Aranha.
Um abraço.

(na imagem o Rato Mickey é representado como um evangelista, à maneira dos manuscritos iluminados da Idade Média... elucidativo, não?)

Rui Silvares

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